Eu confesso que estava preocupada. Mas, depois de saber que o Constâncio aplaude o PEC, do FMI dizer que a nossa crise é diferente da da Grécia e do Ministro das Finanças falar em privatizar a EDP, REN e TAP... suspirei de alívio.
Depois vieram-me duas expressões à cabeça: moinhos satânicos e auto-protecção social. Brinquemos então!
As opções económicas revelam ideologia política. As opções têm consequências.
"A soma de PECs restritivos é uma enorme recessão. A soma de “esquerdas” moles, adaptativas, conformadas e respeitadoras dos “mercados”, é uma social-democracia europeia incapaz de contribuir para evitar o desastre anunciado." José Castro Caldas, aqui.
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Já comentei isto no respectivo site. "PECs restritivos", pura comédia. Não admira que esse Sr. confunda a procura e oferta de moeda com o desemprego e subutilização de recursos. Eheheh, tirou o curso no ISEG ou no ISCTE, só pode.
ResponderEliminarJá estava a estranhar o teu silêncio, depois de teres invadido o espaço dos comentários nos ladrões.
ResponderEliminarComédia são os comentários puramente ideológicos.
Não é preciso ler as linhas do PEC mais de duas vezes para confirmar a linha de orientação e as opções que estão a ser feitas. Dadas as medidas definidas ao nível das políticas públicas, não percebo como podes afirmar o contrário.
O senhor tirou efectivamente o curso no ISEG, e fico contente por isso se tornar óbvio nos seus posts (ao menos ensinam-nos mais do que uma linha de pensamento..., mas dirás tu "viva a ortodoxia!!!"). Da mesma forma que lendo os teus comentários se torna óbvio onde tiraste o curso. Mas isso será sempre uma das diferenças nas nossas leituras económica.
Bem... independentemente das diferentes posições, ao menos já não estamos a discutir o arco-íris.
Eh eh. As linhas de orientação do PEC? A orientação do PEC não é orientação nenhuma, é simplesmente ficar tudo na mesma.
ResponderEliminarO PEC, tanto o Português como os outros, não é restritivo, por ser restritivo significa restringir a despesa, e isso não está previsto no PEC.
Ortodoxia? Ortodoxos são os politicos europeus que insistem nas mesmas politicas erradas.
E já agora, devo dizer que a unica medida relevante no PEC (e relevante pela negativa) são as privatizações, pois vão se reforçar ainda mais alguns monopolios já existente, criar pelo menos 2 monopolios novos, e mais umas parcerias publico-privadas desastrosas que mais não são do que uma maneira de o estado se endividar às escondidas. E tudo isto sem resolver absolutamente nada no problema orçamental.
Olha, sabes que só concordo contigo na parte das privatizações. É simplesmente indecente!!!!
ResponderEliminarMas vê isto: http://www.esquerda.net/media/15medidas_100310.pdf
Não obstante incluir algumas medidas importantes, como impedir as privatização, reduzir (embora o correcto seja acabar com)as parcerias publico privadas. O resto é treta, ou porque não faz sentido (e.g. recuperar casas quando já há excesso de oferta no mercado e não gera valor no longo prazo), ou porque são medidas que ainda que correctas (e.g taxação das mais-valias) não têm impacto significativo nas contas publicas.
ResponderEliminarSe podesse publicar cenas no ladrões ou no 4r, até escrevia uma critica economica desse panfleto.
Aliás, o que me parece estremamente interessante nesse rol de propostas é nem no impacto orçamental nem no impacto social de curto prazo existem deiferenças serias entre o PEC do bloco e o PEC do governo.
Porque analisado com atenção, mesmo as medidas sérias como parar as privatizações e renegociar (como eles dizem) as parcerias publico-privadas, no actual estado de coisas, não mudaria muito a situação. E mesmo esse impacto positivo seria contrabalançado pelo laissez-faire nas prestações sociais e despesa publica aleatoria como esse projecto inedito da rehabilitação de moradias.
Enfim, as problemas fundamentais que de facto influenciam a competitividade do país, como a educação, a justiça, a burocracia, a requalificação dos desempregados, a despesismo criminos das autarquias, etc... Tudo isso não se fala, nem o Bloco, nem o governo, nem a direita, nem a esquerda, não dá votos. Enfim é uma vergonha, e ainda há quem acredite na democracia.
As PPP podem ter impactes positivos na economia, desde que não sejam uma aldrabice em que os privados transferem todo o risco para o Estado e, ao mesmo tempo apropriam-se de todos os benefícios. Uma partilha "justa" de riscos e benefícios pode ser uma forma de canalizar recursos para certas áreas, a menor custo. Por outro lado, não acho que o Estado tenha sempre capacidade de actuar a um nível micro e estas parcerias (não defendo que sejam o método preferencial) podem constituir uma forma de criar as condições para um funcionamento mais "eficiente" da economia, e da relação entre empresas - mercado.
ResponderEliminarReabilitação urbana: o excesso de casas deve ser considerado na decisão de "produção" de novas urbanizações e não confundido com a reabilitação. Esta medida ia permitir dinamizar a economia no curto prazo, criar emprego e no futuro (médio prazo) permitir um funcionamento melhor do mercado (por exemplo, nas alteração da estrutura/organização do mercado de arrendamento - e antes que comeces a desatinar por me referir ao mercado como uma construção, lê o Hodgson)... por isso, não venhas dizer que é inconsequente.
A taxação das mais valias é uma questão de justiça social e tem efeitos nas contas públicas, mesmo que sejam redutores.
Dizeres que os dois PECs são similares para mim não faz sentido nenhum. A nível social??? Mas estás a falar a sério? Viste o PEC PS sobre função pública, subsídio de desemprego, investimento público?
O laissez faire das prestações sociais? Com esta mandei-me ao ar. A necessidade de controlar a despesa para cumprir com os objectivo definidos por Brux não pode de forma alguma colocar as pessoas numa posição de fragilidade social. O "económico" submete-se ao social e não o contrário.
Quanto à competitividade já te responderam no Ladrões, mas voltando ao teu tema "bandeira": É ÓBVIO que a educação é necessária, tal como a requalificação é necessária (ainda mais quando falas de certas camadas da população, ou dos desempregados de longa duração...) mas isso não são medidas de curto prazo. Gostava de saber que impacte é que isso tinha nas contas públicas nos próximos 3/4 anos????
Simultaneamente o que dizes de ninguém falar disso não é realista. Até acho que isso é das coisas mais repetidas por todos os partidos da direita à esquerda: reconhece-se sempre que é necessário e pronto fica-se por aí. Falta, e aí até posso concordar contigo, uma maior consequência nesse tipo de declarações; mas não vejo porque é que isso devia estar fortemente reflectido no PEC. Para a educação precisas de uma estratégia própria para o curto, médo e longo prazo.
Acho que vais gostar da última declaração do Teixeira S sobre as autarquias, ahahah, a Associação de freguesias mandou-se logo ao ar.
A cena das autarquias vê aqui: http://aeiou.expresso.pt/imoney-for-the-boysi=f570442
ResponderEliminar"As PPP podem ter impactes positivos na economia, desde que não sejam uma aldrabice em que os privados transferem todo o risco para o Estado e, ao mesmo tempo apropriam-se de todos os benefícios. Uma partilha "justa" de riscos e benefícios pode ser uma forma de canalizar recursos para certas áreas, a menor custo. Por outro lado, não acho que o Estado tenha sempre capacidade de actuar a um nível micro e estas parcerias (não defendo que sejam o método preferencial) podem constituir uma forma de criar as condições para um funcionamento mais "eficiente" da economia, e da relação entre empresas - mercado."
ResponderEliminar>>>As PPP são sempre uma aldrabice porque o estado pode endividar-se mais barato quando se endivida directamente, do que quando se endivida em conjunto com privados. Em segundo lugar, os projectos ou se enquadram no papel do estado (porque involvem bens publicos, ou grandes externalidades positivas) ou não se enquadram no papel do estado. Quando se enquadram no papel do estado devem ser desenvolvidos pelo estado sozinho, quando não se enquadram no papel do estado, o estado não se deve meter nisso. Para mais quando estão em causa projectos que são papel do estado, mas o estado não tem o expertise necessario, o estado deve concessionar atraves de concurso publico, e jamais meter-se em PPPs.
"Reabilitação urbana: o excesso de casas deve ser considerado na decisão de "produção" de novas urbanizações e não confundido com a reabilitação. Esta medida ia permitir dinamizar a economia no curto prazo, criar emprego e no futuro (médio prazo) permitir um funcionamento melhor do mercado (por exemplo, nas alteração da estrutura/organização do mercado de arrendamento - e antes que comeces a desatinar por me referir ao mercado como uma construção, lê o Hodgson)... por isso, não venhas dizer que é inconsequente."
>>>Ena, entre construir novo ou reparar velho, o resultado é o mesmo, aumenta a oferta. Quanto a criar emprego no curto prazo sem dúvida, emprego temporario, não qualificado, e num projecto que destroi valor. Qual é a diferença entre isto e os TGVs, aeroportos, pontes, auto-estradas, etc...
Melhorar o funcionamento dos mercados, ena, esta frase deixa-me curioso? Melhora como? aumenta a informação disponivel? reduz os custos de transação?
Quanto ao mercado de arrendamento, esse só melhora quando os despejos forem faceis, rapidos e eficazes, e quando o senhorio tiver garantias de poder resarcer-se em tribunal de danos causados pelos inclinos. Enfim, mas para isso era preciso a justiça funcionar. Coisa pouco relevante para os genios do BE.
"A taxação das mais valias é uma questão de justiça social e tem efeitos nas contas públicas, mesmo que sejam redutores."
>>> Sem dúvida que é uma medida de justiça social, e ainda bem que foi tomada. Agora dizer, como muito politicos dizem, que isso contribui para reduzir o defice, é mentir às pessoas.
"Dizeres que os dois PECs são similares para mim não faz sentido nenhum. A nível social??? Mas estás a falar a sério? Viste o PEC PS sobre função pública, subsídio de desemprego, investimento público?"
ResponderEliminar>>>As medidas são diferentes, mas o resultado é o mesmo. Tanto a receita como a despesa não são significativamente diferentes, como se pode ver pelo grafico que o BE apresenta na sua proposta. E o impacto social também não é significativamente diferente, mas ou menos uns pontos de aumento na função publica, que diferença faz isso quando o peso na despesa dos salarios continua a ser insustentavel e mais ano menos ano, vai ser brutalmente reduzido? Mais tostao menos tostao de subsidio para cada desempregado, quando não se faz nada para os requalificar, nem existe crescimento economico que gere empregos sustentaveis. Não acredito que nem os funcionarios publicos nem os desempregados vejam isto como melhoria das suas condiçoes de vida ou como resolução dos problemas dos país, ainda que como é obvio, qualquer um prefere receber mais do menos, ainda que seja só meia duzia de euros por mes. E mais, ainda que o BE propose-se grandes prestações sociais, com impacto real na vida das pessoas e na economia em geral, o que não é o caso, isso seria uma diferença só durante uns meses, porque depois acabava-se o dinheiro.
No entanto, aqui concedo que o conceito de diferente é relativo, se o que releva é a forma e não a substância, então de facto são muito diferentes.
"O laissez faire das prestações sociais? Com esta mandei-me ao ar. A necessidade de controlar a despesa para cumprir com os objectivo definidos por Brux não pode de forma alguma colocar as pessoas numa posição de fragilidade social. O "económico" submete-se ao social e não o contrário."
>>>Esta frase tem muito de emocional mas nada de racional. Podes submeter o economico ao social tudo o que quiseres, mas a realidade é que todos dependemos da economia, até os de cuba e os da coreia do norte. Se não se produzir bens e serviços e não se gerar riqueza, não há riqueza para distribuir em prestações sociais. Isto é uma verdade incontornavel, não se pode distribuir o que não há, zero a dividir por seja o que for é sempre zero. As prestações sociais devem existir, com conta peso e medida, porque configuram uma externalidade positiva, mas não devem ser utilizadas como um instrumento de redistribuição de riqueza, nem devem ser concedidas em dinheiro por forma a evitar abusos.
Este tipo de praticas leva a que as prestações sociais se tornem um onus insustentavel, ora esta situação acaba por em causa todas as prestações socias, até as mais essenciais, e inclusive por em causa a viabilidade economica dos governos.
"Quanto à competitividade já te responderam no Ladrões, mas voltando ao teu tema "bandeira": É ÓBVIO que a educação é necessária, tal como a requalificação é necessária (ainda mais quando falas de certas camadas da população, ou dos desempregados de longa duração...) mas isso não são medidas de curto prazo. Gostava de saber que impacte é que isso tinha nas contas públicas nos próximos 3/4 anos????"
>>> Já me responderam nos ladroes? até agora ninguem que tenha discordado de mim o fez com coerencia e com factos. Se não acreditas vai ler os posts nos ladroes. Todos, não pares na primeira replica :P
A educação não é uma solução rapida de curto prazo? sem duvida que não é, mas a questão que todos querem ignoram é que não existem soluções rapidas de curto prazo.
Para o curto prazo o que é preciso é reduzir seriamente a despesa (eu começava pelas autarquias e afins), aumentar ligeiramente a receita atraves do aumento da eficiencia no combate à evasão fiscal e da simplificação das leis fiscais.
As medidas de longo prazo deviam ser mencionadas no PEC? concerteza que sim, pois sem um projecto de desenvolvimento credivel para o longo prazo, os sacrificios do curto prazo não só não tem quaquer credibilidade como nem sequer fazem sentido.
"Simultaneamente o que dizes de ninguém falar disso não é realista. Até acho que isso é das coisas mais repetidas por todos os partidos da direita à esquerda: reconhece-se sempre que é necessário e pronto fica-se por aí. Falta, e aí até posso concordar contigo, uma maior consequência nesse tipo de declarações; mas não vejo porque é que isso devia estar fortemente reflectido no PEC. Para a educação precisas de uma estratégia própria para o curto, médo e longo prazo."
ResponderEliminar>>>Se por falar entendes mencionar isso nos discursos junto com outros chavões como o desenvolvimento economico, as novas tecnologias ou o ambiente, concerteza que falam, e não é pouco de facto. Agora o que eu entendo por falar é apresentar propostas concretas sobre isso, e disso, de facto, nunca se fala. De vez quando há algum politico que lá vai dizendo que até se devia dar mais autoridade aos professores ou garantir a segurança nas escolas, mas medidas que cheguem à assembleia, são zero.
"Acho que vais gostar da última declaração do Teixeira S sobre as autarquias, ahahah, a Associação de freguesias mandou-se logo ao ar."
>>> O Sr. ministro das finanças já se sentia mal de tanto mentir e por uma vez resolveu dizer a verdade. E independentemente da forma escolhida ser ou não a mais adequada para uma ministro, é inegável que esta é a mais crua das verdades.
Por favor discutam tudo aqui que amanha não quero ouvir falar do PEC na minha casa. I mean it.
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