segunda-feira, 30 de novembro de 2009

À conversa com a Jaquelina

Vou ali dar uma de Antero, mas ao contrário.

Assim como quem não vai andar de avião esta semana

Vejam aqui.

Temos que ir plantar umas árvores, Violeta.

Querem falar de manipulação?

Notícia do Destak: Portugal já está a ser afectado pelas alterações climáticas.
Afinal, sofremos de défice de vitamina D por não nos expormos ao sol.
E parem de dizer que vamos substituir Kyoto.

Assinado: miúda-que-acha-que-Copenhaga-se-tornou-um-circo-e-que-o-"acordo"-que-sair-será-negociados-nos-dois-anos-seguintes-à-semelhança-de-Marrakesh.

(e sim, vamos ter "acordo" mas diferente do que se espera)

Adenda: Tinha prometido não fazer um único post sobre Copenhaga, mas a notícia irritou-me. Espero não repetir. Mas já não prometo.

Hipocrisia Ocidental

Sou só eu que fico incomodada quando oiço falar de mais um negócio desta tipa?
José Eduardo dos Santos diz Tolerância Zero à corrupção em Angola. Mas a questão é: será que terá efeitos retroactivos?
Como há quem diga: recuamos para a frente e avançamos para trás.

Facto da noite

E diz ele: "É interessante perceber que a primeira geração de silicone, está agora a chegar aos 70"

Deu-me (assim um bocadinho) para a timidez

domingo, 29 de novembro de 2009

Isto não tem que ser um post romantico

(Reformulado 2)

Quando deixas de perceber porque mesmo assim ainda insistes em algo que perdeu a cor, é porque não faz mais sentido continuares a insistir.

Porque as vezes é preciso ser "um radical livre", dar um passo.

Porque nas veias corre-me basalto negro


"Como homens estamos soldados historicamente ao povo de onde viemos e enraizados pelo habitat a uns montes de lava que soltam da própria entranha uma substância que nos penetra. A geografia, para nós, vale outro tanto como a história, e não é debalde que as nossas recordações escritas inserem uns cinquenta por cento de relatos de sismos e enchentes. Como as sereias temos uma dupla natureza: somos de carne e pedra. Os nossos ossos mergulham no mar."

Vitorino Nemésio, Açorianidade,1932


Aconselho veemente...



www.myspace.com/zecamedeiros

sábado, 28 de novembro de 2009

Saturday Sun




"And Saturday's sun has turned to Sunday's rain.

So Sunday sat in the Saturday sun
And wept for a day gone by."

Nick Drake
Five Leaves Left

"Às vezes penso: o lugar é imenso" (HH)

Eu sou os meus vícios #2

(Acho que ninguém vai perceber este post, mas mesmo assim não resisto. Mas ainda dou uma pista: "está aqui alguém de LV?")
---

Deu-mo, e fiquei realmente feliz por voltar a tê-lo!
"Subúrbio, miséria, degradação
polícia, violência, repressão,
droga, desgraça, mata,
sobreviver aqui não é por sorte"
E agora gritamos todos: ói! ói! ói!

Nós somos os nossos sorrisos #1

Contei ao Alfredo quase que em tom derrotista.
Como sempre o possível problema foi transformado em solução.
Partilhei com a Violeta, que retorquiu: "Grande Alfredo"
E continuei na rua, sozinha a caminho de casa a rir.

Porque os Úria são isso mesmo, risos de dentro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Institutions 101

Eu sou os meus vícios #1

Ele falou em dormir pouco e na queda.
(Como era aquela música?)
Agora, não consigo cantar outra coisa.

Nós somos os nossos complexos #1

O Alfredo perguntou-me como se de algo normal se tratasse.
Eu admirei-me. Partilhei com a Violeta. Ela riu-se.
Mas ficou combinado que seria para a próxima. "É só o complexo de deus."
"Antes teor que teorema
vê lá se para além de poeta
és tu poema"

Agostinho da Silva

Eu sou os meus sítios #5

Disse-me que havia dias assim.
(quando estive lá, o dia também estava assim. São todos assim?)
Respondi que alguns dias acabavam assim.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

V = MC2

"Como a vida sem caderneta
como a folha lisa da janela
como a cadela Violeta
ou a violenta cadela?"
MC

(era demasiado fácil)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Ai, a chuva!

Violeta Úria, aka a miúda-que-não-gosta-da-chuva, gostaria de comunicar que está a trabalhar numa cara muito feia para fazer aos condutores que não param nas passadeiras, e a 3 chuvadas de fundar um movimento contra as pessoas-do-guarda-chuva que andam pelas ruas a molhar as pessoas-do-impermeável.

"Há lugares onde esperar a primavera
como tendo na alma o corpo todo nu.
Apagaram-se as luzes: é o tempo sôfrego
que principia. - É preciso cantar como se alguém
soubesse como cantar"
(Herberto Helder)

Eu sou as minhas pessoas #4 (ou: Este é para a Gominhas)

Ela enviou a carta com segredos.
(Fiquei meia hora a sorrir)
Na realidade, a poesia às vezes está nos outros.

So What! Que olhem.

Será por isto que me parece que alguns olham de soslaio?...

"We are left, then, with a curious dual organization binding anthropology to 'development': the field that fetishizes the local, the autonomous, the traditional, locked in a strange dance with its own negation, its own evil twin that would destroy locality, autonomy, and tradition in the name of progress. Anthropology resents its twin fiercely (hence the oft-noted distate of mainstream anthropoly for 'development' work), even as it must recognize a certain intimacy with it, and a disturbing, inverted resemblance. Like an unwanted ghost, or an uninvited relative, 'development' haunts the house of anthropology. Fundamentally disliked by a discipline that at heart loves all those things that development intends to destroy, anthropology´s evil twin remains too close a relative to be simply kicked out. Thus we end up with an 'applied' subfield (development anthropology) that conflicts with its own discipline´s most basic theoretical and political commitments (hence its 'evil'); yet which is logically entailed in the very constitution of that field's distinctive specialization (hence its status as 'twin' to a field that is always concerned with the 'less', the 'under', the 'not-yet'... developed."

James Ferguson
(Encyclopedia of Social and Cultural Anthropology, 1996)

Cartas para respirar

"Caro Bosie, Depois de muito ter esperado em vão, decidi-me a escrever-te, tanto para teu bem como para o meu, pois não gostaria de pensar que passei dois longos anos na prisão sem ter recebido um única linha tua, tão-pouco notícias ou mensagens, a não ser aquelas que me causam dor. (...)"

Hoje quase que metaforicamente


Julieta Sans


"Preciso despedir-me - dizia eu - sabes como é. Preciso ir a uma casa de putas. Preciso olhar um pouco as ruas. Preciso pensar que vou morrer."

Herberto Helder

"Isto é um monumento evocativo"

Ele pediu-me para dizer indepentemente de quanto tempo passasse.
(não consegui ser sincera, o momento tinha passado)
Na realidade, nunca mais pensei nisso até hoje.

Dina Lam (Incantation)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Aqueles lugares #1



Café elevador de Sta Justa

Eu sou as minhas pessoas #3

Ela disse que tinha tido uma alucinação.
(Mas os efeitos secundários da ingestão nunca foram confirmados.)
Na realidade, prefiro a ingenuidade aos jogos.

A mim a política interessa-me #4

Ideologia: dizem que existe causalidade entre o crescimento do GDP e o consumo de electricidade, fazem uma referência a Schumpeter (para dar o toque heterodoxo e introduzir o conceito de inovação) e finalizam com a necessidade de liberalização.

Dois dias nisto, é preciso paciência.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Soa-me familiar

"Between the idea
And the reality
Between the motion
And the act
Falls the shadow"

The Hollow Men, T.S. Elliot

Fosse tudo tão simples...

"Evening came. The girl climbed up into the attic and told the boy: since I saw you yesterday, my heart has not stood still, that is why I have come. I love you."
Louve Cause it all, African Folktales

... ou temos nós o dom de complicar tudo?

domingo, 22 de novembro de 2009

Silêncios

"Para sonhar, não é preciso fechar os olhos, é preciso ler. A verdadeira imagem é conhecimento. São palavras já ditas, recensões exactas, massas de informações minúsculas, parcelas minimas de momentos e reproduções de reproduções que transportam para a experiência moderna os poderes do impossível. Nada mais do que o murmúrio constante da repetição que nos possa transmitir o que não acontece senão uma vez. O imaginário não se constitui contra o real, para chegar ou compensar, alastra-se entre os signos, de livro em livro, no intersticio das repetições e dos comentários, nasce e forma-se no espaço entre dois textos. É um fenomeno de biblioteca."
Michel Foucault, 1967

Retirado de uma instalação de Joseph Kosuth.
Exposição Silêncios, por Martin Karmitz
Vale a pena nem que seja simplesmente para ver mais uma peça de Juan Muñoz
.

Eu sou as minhas pessoas #2 (alterado)

Ele disse que não tinha ninguém assim, tinha outras coisas, mas nada assim.
(Não respondi. Perguntou-me se tinha ficado com pena dele.)
Começámos a rir. Ele escolheu uma componente como determinante da identidade, eu escolhi várias. Tudo tem consequências.


Eu sou os meus sítios #4


















"Combinara o encontro no limite deste século,
onde nenhum homem dorme no limiar do dia
e o sonho se desfaz sob a nocturna incerteza"
(Al Berto, Vigílias)

tempo e uma imperial a mais

Violeta foi violentamente violentada pela vil violência das letras.

(confesso: pensei nisto a caminho de casa ainda com os situacionistas e a IL na cabeça, apetecia-me brincar, fez-me rir)

sábado, 21 de novembro de 2009

Tenho saudades do mar, do meu mar.

A estrela estala (HH)

Everybody's weird

"Who wants a world in which the guarantee that we shall not die of starvation entails the risk of dying of boredom?"
Raoul Vaneigem














(na rua que vai para o Adamastor)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Outra Rua

"A língua portuguesa complica-me a vida. É pouco dada a arrebatamentos, as nossas palavras preferem, excepção feita à saudade, guardar-se para prosas mais telúricas e familiares, crassas de existencialismo explorando as vísceras. Pouco se dão sentimentalismos ocos, elucubrações bacocas e exibicionismos. É por isso que são tão magníficos os nossos poetas quando, como Pessoa, lhes contrariam a vontade falando de amor, da essência e do desassossego ou, como Herberto Helder, as pegam de caras, arrumando-as com precisão de relojoeiro, grandiloquente, cru, brutal.
Enquanto para aqui ando sem saber o que lhes fazer, não as trocava por nenhumas outras. "

"What it's all this about"

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

3º Jantar Público à mesa



empadão de soja+vinho vargas reserva+humus+momentos constrangedores+brownies com 2 dias+chuva+jardim/miradouro Museu Arte Antiga+queres aquecer?+bancos húmidos+toalha neo retro+desabafos+brinde+compromisso+pseudo policia+partir a loiça+o puzzle da poesia+tentativa de videoclip+cão da máscara+se hoje o inverno chegar+saco papel ensopado+lar de idosos+público à mesa volante e andante+bichos nos copos+jantar molhado+companhia inesperada+o mundo da segurança nunca vos interessou?+república+the doors+chuva novamente+9:30h+violeta+alfredo+jaquelina+maria+salada de queijo fresco+sumol ananás+jaisalmen+pedras salgadas+122+vou-te partir os dentes+percurso a pé+bater ao estacionar+fim de noite+10 minutos para o 727+silêncio+botas PE.

Despedida



O video não tem grande qualidade, mas o tema bem vale a pena ouvir.

Posso-te contar de mim?

Às vezes saio de mim, corro para lá de mim, como se procurasse algo que não encontro em mim, como se fugisse para lá de mim.
Perco-me por entre as ruas e ânsias de mim e encontro-me sempre e cada vez mais para lá de mim.
Deambulo na rotina e frustração do passar de outro dia. Acordo e "re-sinto" o mesmo, nada de novo apenas o corpo, o corpo, o corpo.
Aguardo a cada hora por uma bem-aventurança, algo que me faça sentir: é isto.
Algo que me faça desprender as amarras ao chão, de chão, tão chão.
Saio para a rua, encontro um amigo.
Prendo o olhar em algo que me faça respirar de dentro, que me faça espontaneamente sorrir, que me faça sentir a seiva.
E assim aos poucos vou ficando e ficando.
E assim aos poucos de poucos, aqui estou.
E assim.

Assim... meio para o violentada

Andar todos os dias à procura da poesia tornou-me vulnerável às coincidências?
(quando me disse que um dia deixaria de ser suficiente, neguei).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Dores

"Às dores inventadas
Prefere as reais.
Doem muito menos
Ou então muito mais..."

Alexandre O´Neill

Can I tell u something about life?



foto de Bill Henson

Brenda: You know what I think?
Nate: About what?
Brenda: I don’t know, life..
Nate: What?
Brenda: I think it´s all about timing. I think timing is everything.
Nate: I think you might be rigth.

Six Feet Under

Sami Sami

Quermos saber quando é lançado o novo disco do Sami!!?

domingo, 15 de novembro de 2009

Eu sou os meus sítios #3

Quando os dias começam assim, como é que acabam?















"Com dificuldade, avançando alguns milímetros por ano, abro um caminho entre as rochas. Há milénios que meus dentes se gastam e minhas unhas se quebram para chegar além, ao outro lado, à luz, ao ar livre."

(Octavio Paz)

A mim a poesia interessa-me #3



foto de Toshihiro Oshima


Ao final da noite acabei a ler, reler e sentir, por entre fumo e barulho:

"Amanhã não falaremos disto
depois acordei-te
beijei-te com os lábios a tremerem de abelhas
tu continuas-te a dormir indiferente ao mel
levantei-me e deambulei pelo quarto
rente às paradas sem sabor por onde fugir-me"

Al Berto, Apresentação da noite

sábado, 14 de novembro de 2009

Eu sou os meus sítios #2















"Já cá estou. É melhor virem rápido que o sol está bonito."

Eu sou os meus sítios #1


















O objectivo era outro, mas foi tudo demasiado rápido. Uma piada partilhada. Voltamos à piada. Sorri. Uma conversa casual com alguém que ia a passar, mais duas cervejas. Onde foste?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hoje sinto-me assim

Esta é para a Violeta

" O Merecimento

Não tem sentido discutir se alguém tem o que merece, ou menos ou mais do que merece.
Ninguém merece nada. As coisas acontecem ou não acontecem, deste modo ou daquele, mas não há nenhuma justiça nisso. O que existe é o acaso. Embora o acaso não aconteça por acaso."

Pedro Mexia

Porque a poesia também deve estar na humanidade #2



foto de Allen Frame

"Há uma trama de pontos onde se é humanamente visível, e coincidem eles todos na suposição de que um carácter e o movimento dele, que é uma vida, se exprimem no tempo e no espaço por uma linha peremptória, direita."

Herberto Helder, Os Passos em Volta

Confesso

não tenho muitos impulsos materialistas, mas há 2 razões porque queria MESMO um aumento:



quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A mim a política interessa-me #3

Parafraseando muita coisa:
Criar os sinais certos é uma forma de induzir comportamentos, constituindo uma componente crucial das políticas públicas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Encontros

Certos encontros são no fundo desarranjos no tempo.

Quote of the day

A vencedora foi: Ele cresce.

Selecionada de entre:
- é para experimentar, é para experimentar;
- podia ser pior;
- não estou a gostar, não estou a gostar, não estou a gostar;
- Afinal secalhar até consigo gostar, vá (ou não);
- Tenho que gostar, que remédio;
- E ainda falta a promessa, essa tem que ser comprida.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"Photo! Photo! One Photo!"








Afinal, a inconstante sou eu

Domingo encontrei um daqueles conhecidos que não via há muito tempo. Tinha a farda do IKEA. Está lá a trabalhar, a formação dele é em qualquer outra coisa que não me lembro, mas foi o trabalho que arranjou.
Hoje encontrei o Carlos do café. Andou comigo na escola, acho que só acabou o 9º ano. Trabalha 12 horas por dia, 8 no café + 4 numa empresa de limpezas. Precisa do dinheiro para "sustentar a família" (casou-se e tem, pelo menos, um filho).
Há um mês encontrei um ex-colega de trabalho. Está a trabalhar numa daquelas grandes empresas. Recebe 360 euros por mês, com um contrato qualquer a 9 meses.
Comecei hoje uma coisa nova. Tenho sorte, sempre tive. E repito-o muitas vezes. Muitas coisas simplesmente acontecem-me.
Mas hoje com o húmor mais puff que woo-hoo, não estou a conseguir pôr as coisas em perspectiva. Há dias assim.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A saga continua...

Hoje calhou-me o "alfrego"...

será que para a próxima é de vez?

Similaridades



Muro de Berlim



Muro Cisjordânia-Israel

Índia...


domingo, 8 de novembro de 2009

AA - Adjectivos Anónimos

A sério... não vais dizer nada?

Algures por Lisboa

Aqui e além em Lisboa
- quando vamos com pressa
ou distraídos pelas ruas
Ao virar da esquina
de súbito avistamos
Irizados o Tejo
Então se tornam
Leve o nosso corpo
e a alma alada


Sophia

É a vez do Al Berto

"- somos um imenso e visionário animal à solta pela cidade
reproduzimo-nos ao contacto com o sol
irradiamos uma luz fosca uma força incontrolável
ELES chamam-nos delinquentes
mas apenas queremos sobreviver e mudar de vida
deambulamos de esquina em esquina

- vogamos de desejo em desejo indiferentes à multidão
sorrimos e fumamos um cigarro a meias
esperamos que alguma súbita transformação se opere
estamos condenados à espera e ao engate precário de uma noite"

Al Berto, Apresentação da noite

Quem se reconhecer que levante a mão.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Parece-me bem

India

Queremos fotos da India.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Eu gosto de balões... sempre gostei

Quando a Maria voltou de Moçambique, tentámos. Mas entre problemas de coordenação e noites mal dormidas, não se concretizou.
Agora, no regresso da Jaquelina, desta vez da India, com mais tempo, e sem depender de ninguém, consegui.
Não são todos vermelhos,mas quem quer ter só uma cor? A poesia vem de todo o lado.



A mim a política "desinteressou-me"

É impossível não rir quando o nosso amigo Sócrates, de grandes jantaradas e bom vinho nos jardins de S. Bento em noites quentes de Verão, diz à oposição sempre que se dirige a eles: Um bocado mais de humildade meus senhores, quem ganhou as eleições fui eu.

E ao fim de muitos minutos a ver o debate na assembleia continuo a não conseguir levar estes gajos a sério.

Longe vão os tempos em que talvez na minha pura ingenuidade queria enveredar pela política. Verdade seja dita, quanto mais conheço menos quero conhecer.

Às vezes gostava de parar de pensar #1

Devemos, todos, uma critica sincera ao conteúdo.
Mas hoje não vou pagar a minha divida.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Esta é para os manos #2

Parafraseando Herberto Helder:

"Amor - eis a palavra. O puro amor dos "Úrias". Mas a cidade era inatacável. A máquina funcionava: os jardins, a polícia, e os nomes, as imagens caçadas no ar, o trânsito das metáforas bancárias, ou os quartos onde se acorda para morrer, ou os nexos de lembrança, e a carne negra sobretudo quando os incêndios ameaçam passar de casa para casa, tudo: a vida inteira estancada como um dia entre duas noites, os medos, os mistérios. E os "Úrias" praticavam o seu terrorismo luminoso. Escreviam monografias onde a paixão interna corrompia a objectividade: era uma ciência rebelde."

Desta não estavam vocês há espera.

Da série: tudo o que sinto e não sinto



"Talvez pudesse ouvir passos junto à porta do quarto, passos leves que estancariam enquanto a minha vida, toda a vida, ficaria suspensa. Eu existiria então vagamente, alimentado pela violência de uma esperança, preso à obscura respiração dessa pessoa parada. Os comboios passariam sempre. E eu estaria a pensar nas palavras do amor, naquilo que se pode dizer quando a extrema solidão nos dá um talento inconcebível. O meu talento do homem e devia reter, apenas pela sua força silenciosa, essa pessoa defronte da porta, a poucos metros, à distância de um simples movimento caloroso. Mas nesse instante ser-me-ia a essencial crualdade do espírito. Penso que desejaria somente a presença incógnita e solitária dessa pessoa atrás da porta. Ela não deveria bater, solicitar, inquirir.

Herberto Helder

Ainda não percebi...

se ando a enterrar ou a desenterrar o adjectivo.

quente-frio, cerveja-vinho, bairro-bica, tímida-libertário, rua-cinema, mundo-alfama, espontaneidade-jogo, mono-multi, poesia-racional, and so on...

domingo, 1 de novembro de 2009