quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Coisa nenhuma...

"Cada dia que passa é mais um dia difícil,
numa batalha - pela dignidade.
Necessidade de nos mantermos de pé.
A frontalidade exige-se mas as lutas tornam-se dolorosas.
Quando sofremos golpes, respondemos, contra-atacamos!
Porque respiramos e desejamos viver um pouco melhor.

As nossas vidas são jogadas!
Esperamos, sem qualquer reacção - Condenados!
As coisas acontecem, desejamos melhores dias."

Ilha de Moçambique - III







Ilha de Moçambique - II





Ilha de Moçambique - I

terça-feira, 29 de setembro de 2009

"sabes que vais ter de responder ao que te disse"

Sou menina pequenina, sou sorrisos e fantasia.
"Sou menina complexada, sou medo e complicada.
Sou menina desgovernada, sou espontaneidade e magoada.
Sou menina de rua, sou desvarios e loucura.
Sou menina problemática, sou ansiedade e filmática."

Pelos vistos também sou anti-democrática.
Mas hoje sou um bocadinho menos.

Este é para a Maria...

"Hoje que o tempo é outro e a terra é a mesma ainda,
com luzes que devassam a noite, o seu segredo,
e gritos que acesos trespassam o vento, dizei-nos,
de onde somos, que raça habita em nós ainda?"

Paulo Teixeira, "Conhecimento do Apocalipse", & etc., 1988

(via A Trama)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Imprevisível



Igreja Batista na Ilha de Moçambique (em especial para o Samuel Úria)

domingo, 27 de setembro de 2009

Algures onde a poesia não é para todos, mas que ela há, há.

Aqui estou eu escrevendo, escrevendo.

Está um silencio ensurdecedor. A musica acompanha-me, ajuda à concentração: "why dont you came and stay with me..".
Está uma noite de Verão bem ao sabor de férias.

Os mosquitos vagueiam aqui e acolá e alguns demasiado perto. O meu spray anti não tem nenhuma das substancias que deveria ter o que certamente não é inteligente da minha parte.

A internet, só ao fim de alguns refreshs se digna a funcionar, tem sido uma luta constante, mas lá consegui ver que o socrates ganhou. Será isso bom? Mau? não sei, a descrença que ultimamente me tem acompanhado, desta vez na política, continua. Hoje pela primeira vez na minha vida eleitoral não votei, mas por incrível que pareça e contrariando-me a mim própria acho que já considerei mais gravoso a abstenção.

Bom, tenho que continuar a escrever, mas não aqui.

Justiça popular

Há dias, ao anoitecer. Ilha de Moçambique.

A dado momento o barulho da multidão distante.
O barulho aproxima-se.
O que será?
Campanha política?
Não.
Revolta e justiça popular: Homem de 40 anos viola criança de 8.

Até que ponto a justiça popular transpõe a barreira do moralmente aceitável ao éticamente e legalmente incorrecto?

The Meaning of Meaning

"Two experts, to explicate Meaning,
Penned a text called 'The Meaning of Meaning',
But the world was perplexed
So three experts penned next
'The Meaning of Meaning of Meaning'"

Douglas Hofstadter

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Centro de incubação e de condicionamento

- Ele diminui o número de voltas por minuto -explicou o Sr. Foster.- O pseudo-sangue circula mais lentamente, e por consequência, passa para os pulmões com intervalos mais demorados; dá, assim, menos oxigénio ao embrião. Nada melhor que a falta de oxigénio para manter um embrião abaixo do normal.-De novo esfregou as mãos.
- Mas para que é preciso manter o embrião abaixo do normal? -perguntou um estudante ingénuo.
- Que burro! -disse o director, quebrando um longo silêncio.- Nunca lhe veio à ideia que é necessário ao embrião de Epsilão um ambiente de Epsilão, assim como uma hereditariedade de Epsilão?

(Aldous Huxley, Brave New World)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Não estava a contar com isto...

A fazer horas para adormecer na bela da Coreia, onde até ver não se faz nada à noite.. andei às voltas no blog do Sami.
Um link puxa outro, fui dar a outro blog: Voz no deserto (Tiago de Oliveira Cavaco).
E de repente: Sick of it all, Biohazard, D.R.I., Suicidal, Ratos de Porão.
Fiquei logo à nora. mein gott!!!!
Daí para o myspace e de repente vem: Sem Rodrigo não havia Guillul!!!
Caiu-me tudo. Com a confirmação via a "mais famosa" foto do Rodrigo!

Confesso que sempre preferi o Dentes ao Rodrigo, tinha outra atitude, mas... wow!!!

Finalmente percebi a ligação ao panque-roque!!!

Encontros perfeitos Nicola from Huletts in Mozambique

"Treat people as if they were what they ought to be and you will help them become what they are capable of becoming"

"Everything´s a circle. We´re each responsible for our own actions. It will come back."

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

anti-oxímoro

Sou menina pequenina, sou sorrisos e fantasia.

Bipolaridade

Estar na Coreia faz-me sentir saudades da Indonésia.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Altruístas

Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.


Maiakovski (1893-1930)

Parar para ver

Hoje acordei antes do despertador,
nervosa, preocupada, ansiosa.

Resolvi fazer algo que há muito deveria ter feito. Procurar algo genuino.
Ouvi coisas como:
"sabe menina eu vivo num anexo ali ao pé do hospital do rego, num r/c em que o dono me deixa ficar lá"
"O meu filho paga 20€ de renda, e este mes não pagou, mas o meu senhorio disse que não fazia mal."
"A menina tem que ir à minha casa, não quer ir lá ver onde eu vivo?"
"Eles ali da associação dão me comida, arroz, massa, e veja lá que as vezes o meu filho até me leva essa comida"
"O meu filho está só há espera que eu morra menina, não se importa comigo"
"Está a ver este olho menina? É cego, foi o meu marido que me bateu porque eu comprei 3 escudos de cale para pintar a cozinha"
"Sabe menina, eu trabalhei muito no campo, havia alturas em que só comiamos batata"
"Venho para aqui para arranjar mais um dinheirinho para os medicamentos e outras cosinhas"
"É uma vida muito triste esta, menina"
"Olhe desejo-lhe tudo de bom menina, hoje vou rezar por si, que tenha tudo de bom, menina, sim?"

E assim, ao fim de 30 minutos de conversa nos despedimos.
Eu achando que já poderia ter feito isto há 4 anos atrás e feito alguém um pouco mais feliz mais cedo. Ela um pouco mais feliz pois alguém a ouvi e se preocupou com ela. Feliz também porque irá poder comprar os medicamentos para a tensão, bem como investir no seu negócio de rua que a permite ir sobrevivendo um pouco com mais dignidade.

Tão pouco pode afinal ser tanto.
Andamos a maior parte do tempo alienados.
Precisamos parar para pensar e dar, para ver, não somente olhar.
Precisamos fazer a nossa e a poesia dos outros.

Estou numa fase descrente, mas ver a poesia nos outros, nem que seja por meros instantes, faz-me por momentos ter um bocadinho mais de fé.

Acabar para recomeçar

Hoje acabei algo.
Sinto-me aliviada, mas ao mesmo tempo seria hipocrita dizer que não penso por vezes se realmente foi a atitude mais sensata.
Acabei, mas aqui estou eu ainda a terminar algo para algo que já deveria ter acabado.
Porque é que temos consideração por quem nunca a teve por nós? Para dormirmos melhor? Porque a memória é curta? Ou porque não somos todos iguais?

Hoje alguém me disse para eu não lutar por algo, seguir o caminho mais fácil. Um dos alguéns que nunca teve "a consideração". Não consigo perceber o que move certas pessoas.

Estou cansada de pessoas não genuinas.
Cansada.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

21.30

Reparei nas horas, pensei que a hora já tinha passado. Fez-se luz, mas não era nada.
A re-conclusão de ontem aplica-se a hoje, tudo reside nas expectativas.
Quem controla as expectativas, controla o mundo.

Há o histerismo dos outros e o meu. Convivo melhor com o meu.
Frenética num jogo entre o barulho que sinto e o que me deixam sentir.

Demasiadas vezes regulado pelas expectativas e pelo histerismo.

2h44m no Alfa...

2h44m no Alfa...

Acabei a apresentação, preparei o envio de todos os emails que estavam por responder.
Cheirou-me a banana, deu-me a fome, controlei-me; reli os posts dos Úrias, ri-me sozinha, dei cotoveladas à minha vizinha desconhecida, que tirou o braço. Continuou a cheirar a comida, continuei com forme, amaldiçoei não ter chegado mais cedo para ir ao Pingo Doce, pensei no que seria o jantar. A vizinha tentou ler o meu post (to be), cheguei o computador para a frente. Recebi uma mensagem, não percebi do que é que a Jaquelina estava a falar, mas quem são eles? Lá chegou a inteligência. Respondi à mensagem, não recebi resposta. Pensei se ia receber mais mensagens, controlei-me para não ficar a olhar para o telenóvel. Relembrei-me que já náo tenho idade para isso, lembrei-me do "cada momento vale o que vale", percebi que estava a misturar tudo.
Decidi fazer a lista de coisas a levar na viagem; Decidi que não me apetecia, decidi que fazia isso amanhã quando voltasse para Lisboa. Lembrei-me da música dos outros, "loucos... certos... modernos... ", lamentei ter-me esquecido do cd, resolvi mudar o som do mp3. E mudei. 2,5 € por uma sandes de merda? no way, mein gott. Continuo com fome. Aumentei o som do mp3, "your freedom comes naturally...", lembrei-me dos balões vermelhos, lembrei-me que tenho de responder aos balões vermelhos. Decidi fazer a lista de coisas que tenho de fazer antes da viagem, e repetiu-se o mesmo. Lembrei-me que ainda me doía a garganta, pensei quando é que teria apanhado frio. Já só faltam 30 minutos. Aveiro. Resolvi ver um filme. Não tenho nada novo, resolvi continuar a história do perfil. Espinho. Fiz o 21.30. Já são 21.43. Supostamente chego n1 minuto, mas ainda nem estamos em Gaia. Continuo com a minha teoria: os gajos da CP andam a enganar-nos, para cima isto nunca chega a horas. Para baixo, há duas semanas chegou com 30' de atraso, atrasei o jantar, quase que perdi o debate; a semana passada, perdi o Alfa; Esta semana vou directa a Lisboa. O que não deixa de ser irónico? há aqui sempre uma constante, e não tem a ver com os atrasos. GAIA? GAIIIIIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!! Preciso de 1 cigarro, ou quero 1 cigarro só e não preciso. Saturada, frustrada e cheia de fome. Hoje não há casais de namorados. E finalmente! São 21.50 - chega com 10 de atraso não é grave.

Loucos...

Diabo na Cruz - Loucos from Tiago Pereira on Vimeo.



Muito bom... mesmo!
"Os padres comem putos,
os putos comem ratos,
na igreja de São Torpes hoje há bacanal"

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mais um momento publicitário...

"Eu sou o público,
do café,
das ruas,
da Baixa e dos miradouros.
Sou o público de muitos sítios,
sou o público dos Úrias"
O Público sou eu.

domingo, 13 de setembro de 2009

Neura II

Bem... um dia todo em casa a trabalhar e fiquei outra vez em modo "dói-me os olhos e a casa".

Já dizia o outro: "o trabalho é a praga da classe bebedoura".
Se bem que nada bate o "manifesto" do Vaneigem:
«O trabalho foi aquilo que o homem achou de melhor para nada fazer da sua vida. (...) O estado planetário de ruína, isto a que conduziu a transformação da natureza numa matéria morta, mereceria ilustrar, nos futuros museus da barbárie arcaica, a salutar advertência: "Aprendam a criar, nunca trabalhem"»

Pronto... já estou um bocadinho mais bem disposta.

sábado, 12 de setembro de 2009

Hoje já pode ser...


O dia certo teria sido ontem, mas muitos e muitos anos a fazerem trocadilhos entre o meu dia de anos e os acasos da história, fizeram-me esperar mais um dia...

Aqui fica o senhor e a memória de outro 11 de Setembro...

O que há em mim

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

"O que há, Alvaro de Campos"

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

pequeno Grande Momento...

O sagrado profano - "Israel" e Palestina

Até quando e até onde o sagrado justificará, quando:
- A ocupação se mantém;
- Os colonatos israelitas não param de crescer (mesmo quando publicamente é assumido que isso não acontecerá);
- A guerra é feita de forma desigual e sem respeitar convenções e moralidade;
- A desigualdade de direitos e a discriminação se verifica todos os dias;
- A pobreza do povo palestiniano e o fosso entre estes e os judeus aumenta de dia para dia;
- Um Muro se impõe, com 74 postos de controlo, sendo a média de passagem para um palestiniano de 4horas;
- O apoio dos EUA se mantém e legitima tudo;
- Os acordos de paz nunca perduram;
- O desespero leva à violência dos que perderam tudo inclusive a dignidade,
- E a poesia é algo distante.

"growing up, not growing old"

E para celebrar: duas adaptações...

«E então chegámos aos "24", e os "25" ainda estão para vir,
o tempo passa, a "poesia" aumenta,
a Babilónia vai cair.
"Não" está escuro, mas o sol ainda não se pôs,
"e nós" não vamos descansar, enquanto o Sol não brilhar.
Chegámos à Nova Ordem Mundial, do "movimento" e do "barulho" camuflado,
em que os fins justificam os meios, e no final tudo é revelado.
Quando vejo alguém começar a "sentir", quando vejo alguém começar a "poetizar",
só posso sorrir, não posso evitar.
Para ver o sol brilhar... Sol brilhar...»
(x-acto: Sol Brilhar)

«"24" anos passaram, as "ruas" desconfiadas, a "rotina" à espera de morrer,
nos campos da "poesia", "10" anos passaram,
vejam o que todos procuram esquecer.
Eu não vou esquecer, eu não vou esquecer,
a "ingenuidade" não vai morrer,
"Lembrar, lembrar", tempo de mudar,
Mudar o estado de empatia em que vivem "os outros".»
(x-acto: 50 anos)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A minha rotina e anti-rotina contada pelos Outros



Sozinha na Praça das Flores acho inacreditável como as conversas dos outros se misturam na minha vida. Neste dia, tudo foi uma grande coincidência.

O rapaz na mesa à frente diz que encontrou uns poemas de Pessoa. Mais à frente, dois falam do Tejo Bar, do dono que é artista e da altura em que ainda não iam para Alfama.
À minha esquerda, um engate corre mal. Ele hoje não quer nada, diz para ela ir dormir e descansar.
O gajo que estava a ouvir música vai-se embora, e o "Outro" contínua a ler o Público. O "Pessoa" espera alguém que ainda não saiu do trabalho. Os dois músicos ficam à conversa já fora da esplanada.
A palavra revanchista aparece pela segunda vez na minha vida esta semana, mas agora no Público.
O engate falhado é substituído por um grupo; 1 deles vai a Berlim, mas a Ilha dos Museus continua em obras. Diz que está sempre em obras, e eu concordo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

1852

"Um romance trágico contado em três actos que narra a história de Violeta, cobiçada cortesã Parisiense, e do seu amor impossível pelo jovem Alfredo Germont. A intensidade da narrativa e a sua densidade sentimental constituem um marco, sendo esta a grande ópera de Verdi."

La Traviata (...A Dama das Camélias de Alexandre Dumas - filho)

domingo, 6 de setembro de 2009

Neura

"Dói-me a barriga e a Praça das Flores"

Fernando Pessoa 2.0

sábado, 5 de setembro de 2009

Primeiro seguidor

Temos o Sami como seguidor,
Seja ele lá quem for.
Faça forwards como quiser,
Ficamos à espera do que tem para dizer.

Essencia sofrêga

Ela assumiu que andava irritável nos últimos tempos, o tango animava-a mas não mexia o suficiente com ela. Precisava de alguma coisa que a atiçasse, que mexesse com o mais íntimo que nela existe-se.
De noite algo mudava, de dia algo a fazia acordar, mas ao fim de cada dia algo permanecia vazio.
O encontro entre ela e a felicidade era como um jogo de toca e foge, em que só por breves instantes ela conseguiu sentir o seu real prazer.
Algo tinha que mudar e tinha que começar nela, acordou e arrependeu-se, mas finalmente resolveu viver.
E foi ai que aconteceu. Vislumbrou um movimento solto, real e verdadeiro. Queria sentir o mesmo.
Na leveza do sentimento, na não procura do acontecimento, no estar estonteante, o som ressoou. E ela despertou.
Mas o seu despertar era sempre violento, mais do que aquilo que ela conseguia suportar, na verdade o mais difícil era ter a consciência que não ia sonhar mais até ao fim do dia.
Saiu à rua numa atitude sôfrega de absorver tudo o que via, cheirava, tocava e sentia.
E no enlevo da consciência, ela sabia que não podia, mas no seu subconsciente a fera já tinha despertado. No inicio ainda tentou controlar o seu instinto, desistiu, era mais forte que ela (e devo dizer que quem ficou a ganhar foi ela própria ao encontrar as mais diversas fontes de prazer até que numa delas apareceu a felicidade).

Irmãos Úria

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vamos fugir?

"Sou um evadido. Logo que nasci fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi..."


Fernando Pessoa

Sami ou a época dos enters

Dizem que sim

"Não só quem nos odeia ou nos inveja
nos limita e oprime; quem nos ama
não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido
de afectos, tenha a fria liberdade
dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
é livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses."

Fernando Pessoa

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

SItuacionistas

Após a leitura de um texto situacionista...

A questão que se coloca é se temos de subverter a vida para conseguir viver "subversivamente".
Ou seja, se o caos precede a vida ou a vida o caos:
Assumindo que para subverter a vida temos de gerar a desordem e a revolução, e se esta revolta for essencialmente como uma destruição mental de convenções; entende-se que o precedente está na vida subvertida.
Mas.. se simultâneamente o viver "subversivamente" se baseia na subversão da rotina e das suas condições primárias de limitação da própria vida, voltamos ao início que também pode ser o fim.

O importante é assim definir se às palavras deve ser dado o mundo, ou se o mundo deve ser dado às palavras.
" A revolução pela arte ou a arte pela revolução?"

(digam o que quiserem mas eles cuspiam as palavras como poucos conseguem)

E pela primeira vez...

a espontaneidade.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Outra cidade, outra poesia

Ficar encantada com o mar, à luz maravilhosa de Setembro e o calor de um dia de Agosto.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Poesia perfeitamente inacabada

"A poesia também pode ser isso:
a dor com que não durmo lavrado completamente "

Em http://atrama.blogspot.com/
Por ocasião da chegada do livro "Ou o poema continuo" de Herberto Helder

Brevemente, mais citações.

Teimosia, quase arrogância

Eu não sou igual a ti, tu não és igual a mim, Eu não sou igual a ti, tu não és igual a mim.