Hoje fui ver "The time that remains", pseudo sátira inteligentíssima e sem dramatismos, em relação ao dia a dia dos palestinianos que decidiram ficar em vez de partir como tantos outros o fizeram.
Para mim é tudo muito simples, gosto de factos, gosto de racionalidade. Para mim há valores superiores a qualquer crença ou desígnio, mesmo quando se acredita.
Em tempos conheci um "israelita", que a dada altura me diz que durante o recrutamento militar obrigatório fazia parte do "departamento de bombardeamento" e não ficava feliz por muitas das coisas que tinha feito. Nesse momento gelei, por pensar que podia ter ao meu lado uma pessoa responsável pela morte de alguém. Não me consigo esquecer do sentimento que me invadiu. A minha expressão deve ter revelado de tal modo a confusão de sentimentos que me atordoavam que ele se volta e diz: "mas não matei ninguém".
Não sei se não matou, ou se matou e me disse que não o tinha feito apenas para me tranquilizar e porque o objectivo de toda a sua conversa seria fazer-me compreender o lado judeu. Nunca o saberei.
Sem perceber exactamente a que ele se referia, acabei por lhe perguntar: “Estás arrependido do que fizeste?”, ao que ele responde “Não”.
Sempre gostei de ouvir, mas há coisas que me incomodam demasiado para simplesmente as ouvir serenamente.
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