Hoje, estava eu numa das minhas esplanadas habituais quando se sentaram na mesa ao meu lado reputados membros do antigo Governo (pelo menos um faz ainda parte do novo...). Mesmo que não conhecesse as suas caras, ou o seu trabalho, o saco que tinham da Assembleia da República tiraria as dúvidas aos menos atentos.
Como é frequente, olharam para mim mas acharam que a minha cara de menina não colocava impedimentos às suas conversas (sim, é assim que ouço muita coisa, em muitos sítios).
Não vou repetir o que ouvi, mas:
- Ter membros do governo a falar, de forma muito pouco digna, dos problemas que novos membros vão ter por não terem vida social ou capital social fora do seu núcleo duro;
- Ouvir o que se passou e o que se vai passar, em reuniões tidas à porta fechada;
- Ouvir comentários à forma de actuação do Primeiro Ministro e à sua maneira de ser (campo pessoal/privado);
- Aperceber-me do tom indignado (de uma destas pessoas) pela forma como o novo ministro se dirigiu a si tão ilustre pessoa (aqui um comentário pessoal: considero a pessoa em causa altamente incompetente, e com um ego demasiado grande, que não fez um bom trabalho na sua área de competência)
...numa esplanada, gera-me uma grande confusão.
Há poucos dias, na mesma esplanada, ouvi uma outra conversa sobre assuntos camarários, sobre alguns dos novos deputados, sobre problemas e problemas...
Muitas coisas podiam ser ditas mas: onde está o sentido de responsabilidade? de confidencialidade? de respeito?
Que é como quem diz: onde está o sentido de serviço público? de dedicação?
Recuperando uma das minha frases mais antigas: É o mundo em que vivemos (ou a outra versão: está tudo podre)
A descrença continua.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
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