Ela assumiu que andava irritável nos últimos tempos, o tango animava-a mas não mexia o suficiente com ela. Precisava de alguma coisa que a atiçasse, que mexesse com o mais íntimo que nela existe-se.
De noite algo mudava, de dia algo a fazia acordar, mas ao fim de cada dia algo permanecia vazio.
O encontro entre ela e a felicidade era como um jogo de toca e foge, em que só por breves instantes ela conseguiu sentir o seu real prazer.
Algo tinha que mudar e tinha que começar nela, acordou e arrependeu-se, mas finalmente resolveu viver.
E foi ai que aconteceu. Vislumbrou um movimento solto, real e verdadeiro. Queria sentir o mesmo.
Na leveza do sentimento, na não procura do acontecimento, no estar estonteante, o som ressoou. E ela despertou.
Mas o seu despertar era sempre violento, mais do que aquilo que ela conseguia suportar, na verdade o mais difícil era ter a consciência que não ia sonhar mais até ao fim do dia.
Saiu à rua numa atitude sôfrega de absorver tudo o que via, cheirava, tocava e sentia.
E no enlevo da consciência, ela sabia que não podia, mas no seu subconsciente a fera já tinha despertado. No inicio ainda tentou controlar o seu instinto, desistiu, era mais forte que ela (e devo dizer que quem ficou a ganhar foi ela própria ao encontrar as mais diversas fontes de prazer até que numa delas apareceu a felicidade).
Irmãos Úria
sábado, 5 de setembro de 2009
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A falar com a Jaquelina, concluímos que:
ResponderEliminar- Isto soou muito melhor com umas quantas cervejas em cima,
- Agora tem partes que faz lembrar o Paulo Coelho, ou noutra versão... o Segredo!
ehhe, mas enquanto lá estivemos foi hilariante!!!