"A língua portuguesa complica-me a vida. É pouco dada a arrebatamentos, as nossas palavras preferem, excepção feita à saudade, guardar-se para prosas mais telúricas e familiares, crassas de existencialismo explorando as vísceras. Pouco se dão sentimentalismos ocos, elucubrações bacocas e exibicionismos. É por isso que são tão magníficos os nossos poetas quando, como Pessoa, lhes contrariam a vontade falando de amor, da essência e do desassossego ou, como Herberto Helder, as pegam de caras, arrumando-as com precisão de relojoeiro, grandiloquente, cru, brutal.
Enquanto para aqui ando sem saber o que lhes fazer, não as trocava por nenhumas outras. "
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
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ResponderEliminarOs Úrias agradecem.
ResponderEliminarEscreves bem, os Úrias gostam.
Boas continuações (leia-se de escrita e ego enaltecido).